Antes de começar a falar sobre as novidades do chip, vamos lembrar como é a estratégia de desenvolvimento da Intel. A companhia trabalha com o modelo tick-tock, ou seja, todo ano ela lança um produto novo. Nos anos "tick", existe uma melhoria significativa na arquitetura anterior, levando a um processo de fabricação menor e com menos consumo. Nos anos "tock", a Intel introduz mudanças mais radicais na arquitetura. E é justamente nessa fase que estamos agora.
A primeira diferença que percebemos em relação à família anterior é o tamanho do chip, que aumentou de 160 para 177 nm, algo que parece insignificante, mas representa uma mudança importante. A principal novidade é a GPU integrada nos processadores Haswell, que deve ser muito mais poderosa do que na geração anterior.
Vídeo onboard com qualidade
Esqueça o que você está acostumado a ouvir sobre chips onboard. Nessa nova geração, a Intel quer mudar as regras do jogo. Vamos relembrar o que já foi dito sobre as novas GPUs que vão acompanhar os processadores Haswell.
As novas GPUs serão compatíveis com as principais tecnologias da atualidade, como o DirectX 11.1, OpenGL 4.1, OpenCL 1.2 e uma nova versão da engine QuickSync, responsável pela decodificação de vídeo. Além disso, existe a compatibilidade com a interface DisplayPort 1.2 e o suporte a resoluções 4K.
A família Ivy Bridge trouxe três modelos diferentes de GPUs integradas. O mais potente - e mais comum - é o HD 4000, que possui 16 unidades de execução; o HD 2500 utiliza a mesma arquitetura, mas possui apenas 6 unidades de execução; o último da família é o HD Graphics, que apresenta praticamente o mesmo desempenho do modelo HD 2500, mas possui menos recursos.
Para inaugurar uma nova era no desempenho gráfico, a Intel está mudando tudo, até mesmo o nome das GPUs. Em vez de chamá-las de Intel HD Graphics, a nova geração foi batizada como Iris Graphics. O número de modelos também aumentou de três para cinco, que serão divididos entre diferentes categorias de consumo energético, desempenho e preço.
Dois dos novos modelos de aceleradores gráficos da Intel devem ser destinados exclusivamente para os ultrabooks: o primeiro deles é o Intel Iris Graphics 5100, que, de acordo com a Intel, pode oferecer até duas vezes o desempenho da HD 4000 da geração anterior.
Para que isso seja possível, a empresa precisou aumentar o consumo energético (TDP) dos processadores, que era de 17 W (nas duas gerações anteriores), para 28 W, o que certamente vai impactar na construção das máquinas. Possivelmente veremos apenas os modelos maiores (13 polegadas para cima) utilizando essa versão.
Os ultrabooks menores - e mais baratos - devem receber o Intel HD Graphics 5000 (a Intel decidiu utilizar o nome "Iris" apenas para os modelos mais potentes). O diferencial desse modelo é o consumo energético, que é de apenas 15 W, sendo que o desempenho oferecido é de até 1,5 vez maior que o dos aceleradores HD 4000.
O Intel Iris 5200 é uma GPU mais potente. O modelo deve ser direcionado para os notebooks tradicionais, pois um desempenho maior também revela uma necessidade energética maior e, consequentemente, mais dissipação de calor.
Os novos aceleradores gráficos Iris 5200 da Intel também devem estar presentes nos desktops. Para identificar os chips com a GPU, basta olhar o modelo do processador e procurar o sufixo "R".
Com isso, a Intel quer que você consiga jogar games de última geração como Tomb Raider ou Bioshock Infinite com uma boa qualidade visual diretamente em seu novo ultrabook.
GPUs para desktops
A maior vantagem dos modelos dedicados para desktop é que eles podem consumir mais energia, garantindo mais potência. Graças a isso, é possível que possam oferecer um desempenho até três vezes maior que as GPUs HD 4000, de acordo com os testes apresentados pela Intel.
Para completar a família, a fabricante também oferece modelos mais simples. Chamados apenas de HD Graphics 4600, 4400 e 4200, esses aceleradores gráficos não têm o seu foco na aceleração 3D, mas sim nos recursos, que devem ser os mesmos da família 5000.
Já o último modelo de todos é chamado simplesmente de "HD Graphics" e deve ser direcionado para equipamentos de baixo custo, como as CPUs Pentium e Celeron.
Bateria de longa duração
Um dos maiores avanços da Intel com a nova tecnologia é o gerenciamento de energia dos novos processadores. Até a geração anterior (Ivy Bridge) a própria Intel admitiu que os processadores móveis eram versões para desktop modificadas. Isso muda com o Haswell: a nova arquitetura foi desenvolvida do zero para garantir mais desempenho com um consumo energético menor.
Um dos slogans da Intel para essa geração é "O maior aumento de vida útil de bateria [de uma geração para outra] na história da Intel". De acordo com ela, isso significa que, dependendo da aplicação, a duração da bateria pode ser até três vezes maior do que na geração anterior.
Esse novo modo de espera pode aumentar a duração da bateria de 4 (na geração anterior) para até 13 dias, de acordo com informações da Intel.
Nova família de processadores, nova geração de chipsets
Como de costume, uma nova geração de processadores também traz uma nova família de chipsets. As séries 6 e 7 eram compatíveis entre si, permitindo que os processadores das duas gerações pudessem ser utilizados sem problemas com qualquer um dos chipsets.
Com o Haswell e a família 8, isso deve mudar. Para instalar os novos processadores é preciso ter uma placa-mãe com suporte ao novo chipset e ao novo soquete utilizado pelos processadores, o LGA 1150.
Os novos chipsets da série 8 chegam com suporte a 14 portas USB, sendo que, desse total, 8 portas são compatíveis com o padrão USB 3.0. O chipset também aceita seis portas Sata III. As portas PCI Express x1 serão compatíveis com o padrão 2.0 e controladas diretamente pelo chipset, enquanto o PCI Express 3.0 (utilizado por placas de vídeo modernas) é controlado diretamente pela CPU.
A maior novidade vem por conta da extinção completa do suporte ao barramento PCI tradicional, que foi introduzido pela Intel em 1992. Mesmo que muitos dos dispositivos modernos já trabalhem com o PCI Express, muitos periféricos e placas controladoras (como placas de monitoramento de vídeo e de som) ainda utilizam o PCI tradicional, o que deve gerar certo desconforto na hora da migração para a nova plataforma.
Processadores para desktop
Como de costume, a nova linha de processadores chega com muitos modelos diferentes. É preciso estar atento às novidades e, principalmente, ao número e ao sufixo dos processadores.
Para os desktops, por exemplo, a Intel está lançando seis modelos diferentes. Para complicar um pouco a situação, cinco deles começam com "i7-4770". O único jeito de diferenciar um modelo do outro é o sufixo ao lado do número:
Sem sufixo: processador com mais consumo, clock mais alto e de maior desempenho;
Sufixo T: processador com baixo TDP, ou seja, menor consumo energético e clock mais baixo;
Sufixo S: processador que é uma mistura dos dois primeiros, oferecendo equilíbrio entre consumo e desempenho;
Sufixo K: processador com o clock destravado, ideal para overclocks;
Sufixo R: processador com GPU de alto desempenho integrada - Iris Pro 5200;
Vale lembrar que todos os processadores com sufixo R só vão estar disponíveis no formato BGA, ou seja, soldados na placa. Desse modo, é mais provável que esse modelo seja distribuído apenas em soluções altamente integradas, como computadores all-in-one. Todos os outros processadores trazem o chip gráfico Intel HD 4600.
A primeira leva de processadores móveis da arquitetura Haswell deve contar apenas com modelos da série Core i7. Todos eles são quad-core com suporte ao Hyper-Threading. A principal diferença entre as versões móveis e para desktops são os sufixos: enquanto os modelos MX e MQ trazem GPUs Intel HD 4600, os modelos HQ carregam o Intel Iris Pro 5200.
Os novos processadores da Intel chegam ao mercado já no início de junho, com preços que variam de US$ 192 (R$ 400) para os modelos mais simples e US$ 339 (R$ 710) para os modelos mais avançados.
Mais novidades devem ser divulgadas durante a Computex 2013.
Fonte: GameVício
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